quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quando nos "encostamos" no sofá, há que ter consciência de que não vai durar para sempre.

O que é engraçado é que encostar no sofá nem sempre é sinal de conforto, de bem-estar, de felicidade. Por vezes é por hábito. Por inconsciência. Por não pensar muito no assunto. Por medo.

Mais engraçado é o fato do sofá, geralmente, ter uma mola solta que nos magoa, ou possuir já a forma do nosso corpo, ou fazer doer o pescoço. Enfim...

É um desconforto conhecido. Uma dor familiar. Mói, mas não mata. Vai matando...

Sabemos que algo não está bem, mas não nos apetece, não sentimos forças, não queremos lidar com isso. Mesmo quando já sabemos que, aquilo que não fazemos, a vida faz por nós.

Então o sofá parte-se, ou a mola solta-se... ou... a sala deixa de ter espaço para ele. E ali estamos nós, em pé, sem sofá, com a sala completamente diferente e sem saber muito bem o que fazer.

Há muito que eu intuía que o meu sofá me causava demasiadas dores e que sentar-me ali era mais do que um hábito. Era uma absoluta perda de tempo.
No entanto, nunca estamos preparados para deixar de ter lugar para sentar...

Sinto-me perdida.
Agarro-me às minhas conquistas.
Crise é sinal de oportunidade. E sei que ela está aí, é uma questão de perceber os sinais, de não me fechar, com medo, e de a deixar entrar. Sei que a mudança é uma coisa boa e que a vida é generosa por me proporcionar tal experiência.

O que não faz com que seja menos doloroso.
Mas é menos assustador. E menos solitário.
Sou grata por isso.

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