quinta-feira, 22 de julho de 2010

Descobri em mim

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar, mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é Saber Viver

Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Isso se chama Amadurecimento

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo  o passado e de me preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje, vivo um dia de cada vez.
Isso é Plenitude

Foto: Pedro Mattos pra Alanalua :)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Uma boa história

O alemão espreitou pela janela e viu dois jovens negros se encaminharem para um canto da praça. Era uma noite fria e, na pequena cidade da Alemanha, ninguém circulava nas ruas. Por isso, ele fixou a atenção naqueles dois negros, de tranças "rasta". Viu como eles segredavam entre si e arrastavam objectos estranhos como se fossem pedaços de troncos. Chamou pela mulher para apurar a vigilância sobre os estranhos. Foi então que reparou que os jovens africanos começavam a fazer uma fogueira. Quando as chamas se tornaram mais visíveis, o alarme foi prontamente passado para a esquadra da polícia mais próxima.


Num ápice acorreram agentes policiais que abordaram os incendiários. Os jovens não falavam alemão e o entendimento tardou. Juntaram vizinhos, curiosos e apreensivos. Aos poucos, tudo se esclareceu: os moços eram dois moçambicanos que faziam parte de um agrupamento musical que actuava na sala de espectáculos que dava para a praça.

O que eles faziam ali, num recanto da praça, era afinar os seus instrumentos musicais. Os tambores preparam-se no afago do fogo. Como se tivessem saudades da fogueira que acende histórias na noite africana.

Em poucos minutos, a situação amainou e os alemães se riram. Alguns acederem ao convite dos jovens africanos e foram assistir ao espectáculo. E ali escutaram o crepitar de um outro fogo que se chama batuque. Os tambores ganhavam o seu nome próprio: ngomas. As marimbas renasciam em timbilas. E os jovens africanos ressurgiam como o Timbila Muzimba. Naquela cidade alemã ressoava, pela primeira vez, o pulsar de um país chamado Moçambique.

E os alemães foram vencendo um frio que era mais de dentro do que fora. O casal que denunciou os falsos incendiários surpreendeu-se cantando, dançando e festejando a vida. E entenderam por que razão aquele grupo de jovens era aclamado dentro e fora do seu país. Porque esses jovens andam acendendo fogueirinhas pelo mundo afora, afinando não apenas os tambores mas os corações da gente.

Vivemos num momento de desespero, em que todos dias somos sacudidos pela violência cega de homens-bomba que se sacrificam as suas vidas e se lançam contra as vidas de outros. Pois, existem, outros jovens que fazem deflagrar esperança e criam mais vida, mais pontes de entendimento e afecto. Esses são os homens-bombo.



Mia Couto

Uma prévia entre tanto agito

Mãe, empresta-nos tua decisão e tua coragem, para o encontro do nosso próprio ser. Dai-nos um roteiro de esperança e triunfo. Erradicai a pobreza dos nossos sentimentos, orienta-nos para a verdade, dentro do caminho de devoção ao supremo doador. Encoraja-nos senhora dos raios, para que nossa própria mente, siga uma só direção: amar a Olorum.


Êparrei Yansã!